sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

* Amigo estou aqui.

Tem música que nem parece música, é poema, traduz todo o sentimento que está guardado no fundo do coração. Assim acontece com a música Amigo estou aqui, do filme Toy Story, ela traduz aquilo que meu coração sente. Meu Woody está começando a se aquecer para o carnaval e meu desejo é que chova confetes, serpentinas e principalmente vitórias, muitas vitórias...


Amigo estou aqui
Amigo estou aqui
Se a fase é ruim
E são tantos problemas que não tem fim
Não se esqueça que ouviu de mim
Amigo estou aqui
Amigo estou aqui

Amigo estou aqui
Amigo estou aqui
Os seus problemas são meus também
E isso eu faço por você e mais ninguém
O que eu quero é ver o seu bem
Amigo estou aqui
Amigo estou aqui

Os outros podem ser até bem melhores do que eu
Bons brinquedos são
Porém, amigo seu é coisa séria
Pois é opção do coração (Viu?)

O tempo vai passar
Os anos vão confirmar
As três palavras que proferi
Amigo estou aqui
Amigo estou aqui
Amigo estou aqui

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

* Passa tempo, passatempo...

Eu queria que o tempo passasse...
Queria que essa fase de escolarização do Vitor passasse logo. E pensar que estamos apenas no início...
Queria não ter mais que vê-lo nervoso, tentando a todo custo realizar as atividades e olhando pra minha cara de olho arregalado como quem diz: - Eu tentei, mais esse borrão é o melhor que eu posso fazer, mamãe.
Queria não precisar cobrar dele algo tão complexo como uma letra minimamente legível ou uma tarefa razoavelmente concluída.
Queria vibrar com cada uma das suas grandes conquistas, sem ter que ficar fazendo planos de como fazer para alcançarmos as vitórias que ainda faltam. Mais acontece que tenho tanta pressa. tenho tanto medo que o tempo que eu desejo que passe logo, realmente passe e não traga todos os progressos que eu sonho...
Queria não ter tanta pressa, deixar meu menino ser feliz e fazer suas descobertas a seu tempo, sem ter que ficar forçando novas aprendizagens a todo momento, permitir que ele possa fazer suas descobertas livremente, tranquilamente. Mais o tempo corre, e eu corro junto com ele, e corro segurando a mão do Vitor.
Sei que poucos (talvez ninguém) entendam.
Angústias de uma mãe lutando para adequar seu filho a um mundo(que se diz inclusivo)e lutando ainda mais para adequar um mundo ao seu filho.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

* Compartilhando angústias.



Meu  filho Vitor tem seis anos e a pelo menos cinco  eu busco incansavelmente  entender o comportamento dele. Olhando nos seus olhos tento entender aquilo que ele diz, mesmo quando ele não diz nada. Quando sinto que ele está aflito, sussurro no seu ouvido: "eu tô aqui" , "eu te amo muito"," fica calmo", e muitas outras palavrinhas mágicas que tem o objetivo de fortalecê-lo. 
Então comemoro cada pequeno progresso dele como uma vitória olímpica e também choro sozinha quando percebo que ele não consegue se adaptar a esse mundo nem sempre tão acolhedor como colinho de mãe.
E assim vamos vivendo, as vezes com grandes vitórias, outras com enormes angústias, mais sempre lutando. Não posso fazer um blog e torná-lo público se meu objetivo for simplesmente contar as grandes vitórias de um menininho Asperger, seria enganação, as vitórias existem e são muitas, mais as angústias..., elas me acompanham desde sempre, e acho que jamais me deixarão. 
Não preciso escrever aqui cada aflição que passo com o Vitor, cada barreira que atravessamos, cada momento que me desespero. Prefiro contar nossas vitórias que Graças a Deus são muitas, mais deixo claro que atrás de cada uma delas tem um caminho de pedras, por essa razão, comemoro todas elas, pois sei bem que coisas aparentemente simples como usar o banheiro sozinho, segurar uma colher, comparecer a uma festa, sentar na carteira escolar, etc, foram conseguidas com muito esforço e centenas de tentativas.
Então com o tempo, percebo que estou deixando de querer entender o autismo e desejando compulsivamente entender eu filho.
E vamos em frente, cabeça erguida , fé e força (muita força!).


sábado, 1 de fevereiro de 2014

* De volta a boa e velha rotina.

Primeiro dia de aula.
O início das aulas chegou. No primeiro dia, o Vitor chegou na escola acompanhado pela mamãe aqui e também por uma porção gigante de preguiça com cobertura de desconfiança.
Eu via os olhinhos dele cheios de água, seus passinhos, sempre tão ligeiros, estavam absurdamente lentos. As vezes apertava minha mão e outras vezes me abraçava forte, acho que demoramos uns 10 minutos pra chegar do portão da escola até a sua nova sala de aula (distância bem pequena). As reações dele contrastavam com toda a rebeldia que ele vinha apresentando comigo durante as férias. De um tempinho pra cá, ele tem estado mais arisco, até andei meio "deprê" com tanta rebeldia desse moleque. Mais tenho a certeza que quando as coisas apertam é sempre pra  essa "mãezoca" que vos escreve que ele recorre. Acredito que ele já aprendeu que eu tô aqui pro que der e vier.
Na porta da sala de aula ficamos abraçados esperando a professora, e ela veio, com um sorriso e um abraço o que deixou o Vitor bem mais tranquilo. Hoje terminou a primeira semana de aula, e ele está feliz, comunicativo, fazendo as tarefas e cuidando com relativo zêlo do seu material escolar.
Esse ano ele entra no Ensino Fundamental. É hora de colocar esse rapazinho pra estudar de verdade, rumo a alfabetização. Para isso conto com a ajuda mais que fundamental da equipe de acompanhamento pedagógico do Educare (Tia Leila e Tio Chico), dos profissionais do colégio que ele estuda e principalmente da nova professora (Tia Cláudia), a psicóloga da ABRACI (Tia Renata Bessa) e como sempre, em primeiro plano, recorro a Deus que jamais me desamparou e ilumina os passos dos meus filhos Vitor e também do príncipe Rafael.
E vâmo que vâmo, acordar cedinho e batalhar rumo a novas emoções, novas angústias e (com a graça de Deus), rumo a novas Vitórias.
Que 2014 seja um ano de muitas conquistas!