sábado, 17 de maio de 2014

* Então o menino começou a ler.

No início do mês de março, tirei o Vitor da escola particular que ele estudava desde o maternal e o matriculei em uma escola pública bem perto da nossa casa. Foi uma decisão bem difícil, tomada depois de verificar como ele estava desanimado com a vivência escolar que estavam oferecendo para ele desde o início desde ano letivo.
Foi notória a mudança no humor dele desde que começou a frequentar a nova escola. Está bem mais tranquilo e acreditando mais em si. 
A nova professora tem criado vínculos de afeto com ele. É muito bonitinho ver ele chegar na escola e dar um abraço nela. Na hora do dever de casa, já não fica arredio, gosta de mostrar o que aprendeu e começou a se esforçar para caprichar na realização das tarefas. Já tem um monte de amiguinhos e gosta de brincar com eles.
E mesmo recebendo muito estímulo, tanto em casa como no atendimento pedagógico que ele frequenta, eu acredito que o ambiente escolar tão aconchegante e estimulador favoreceu imensamente à alfabetização do meu garoto, e não é que de repente, o menino começou a ler!
Agora por onde passa ele fica lendo tudo. Está curtindo muito brincar de digitar palavras no computador e mostrar pra todo mundo que já sabe ler.
E assim, o menino que um dia recebeu o diagnóstico de autismo, que tinha tantas dificuldades de socialização e que detestava  ir pra escola, de repente, aos seis aninhos, começou a ler.
Meu muito obrigada a todos aqueles que sempre acreditaram (e trabalharam) para que esse momento mágico chegasse.


segunda-feira, 5 de maio de 2014

* Um VIVA às voltas que a vida dá!!!


Ontem foi domingo e eu passei boa parte do dia organizando a casa e colocando parte do meu trabalho em dia. Já no final da tarde, olhando os meus filhos e vendo eles tão sem fazer nada, pensei em parar um pouco e levá-los ao Shopping. Na programação tinha coisas distintas para satisfazer aos dois já que estão com interesses bem diferentes. Bom lembrar que ir passear no shopping é um dos programas favoritos do Vitor. Na verdade eu pensava que ele fosse ficar eufórico como sempre acontece quando eu chamo ele pra passear, só que não. 
Quando eu chamei ele, a resposta foi imediata: - Eu não vou não, eu vou pra missa.
Na verdade, assim que ele levantou e eu disse à ele que era domingo ele logo disse que era dia de missa.
Sendo assim, fiquei feliz e emocionada, lembrei do início dessa caminhada, de quando os médicos me diziam como o caminho seria difícil, como eu deveria estabelecer rotinas e conversar com ele (mesmo quando ele ainda não falava), lembrei das vezes que eu ia até a porta da igreja, e ele gritava tanto, chorava tanto que nós nem entravamos, eu voltava pro carro e dirigia chorando ainda mais que ele.
E não era só na igreja que ele chorava não, na verdade, ele berrava em qualquer lugar que chegava, com qualquer pessoa que se aproximasse dele era sempre um escândalo. E devagar, ele foi se calando, acho que foi entendendo que teria que conviver com aquelas pessoas, e frequentar aqueles lugares.
Dia desses, eu estava olhando as fotos de quando o Vitor tinha até 4 anos e é realmente impressionante, na grande maioria delas, ou o Vitor estava chorando ou eu estava chorando, ou então era nós dois, sempre chorando.
Minha vontade era chutar o pau da barraca, ficar dentro de casa com ele, pois ali, em meio a tampas de panelas e todo tipo de tralha que girasse, ele era "feliz". Deixar de passar vergonha com tantas crises de desespero dele em qualquer lugar, e fazer dessa a nossa rotina. Só que lá no fundo, eu sabia que tinha que tentar, que eu precisava apresentar pra ele esse "admirável mundo louco", e fomos em frente, igreja, shopping, festas, natação, parquinho, e devagar, a rotina foi sendo montada.
Bom, voltando ao assunto inicial, claro que o passeio ao Shopping foi cancelado. Fomos todos à missa. Ele cantou, bateu palmas e se comportou muitíssimo bem.
Conto tudo isso, porque sei que tem gente que está angustiado nessa fase de implementar rotinas, sei como é difícil e desanimador, mais por amor a seus filhos, não desanimem. Mesmo que pareça que nada vai dar certo, continue tentando.